Exposição individual de suas belas esculturas na CasaGaleria e Oficina de Arte até 18/09/2021. Assim são 12 quadros,25 esculturas, dois óculos de artista e 2 vídeos e com a curadoria de Carmen Aranha
O Papel do Artista
A exposição O Papel do Artista apresenta diversas linguagens como vídeos, fotos, quadros e esculturas, e propõe uma reflexão acerca do papel do Artista na sociedade contemporânea. Esse papel ora está centrado na ironia, na ambiguidade, como na obra do papel higiênico como O papel do Artista, ora na irreverência e humor de um bidê transformado na Cabeça de Orfeu, ora no caráter político e crítico da bandeira desmontada, ora na imaginação criadora de novas formas como na Mulher Lua, na Mulher Rio, ora na atualização da história através de novos olhares sobre coisas comuns como no Casal (pregador), ou no Cubo.
É na diversidade de aspectos do papel do artista que está a riqueza de sua interpretação do mundo, ao descobrir belezas insuspeitas, abrindo nossos olhos para maravilhas que passam despercebidas no cotidiano.
O papel do artista é realizar suas ideias, cruzar a fronteira do desconhecido, e expandir os limites do pensamento e da consciência. O papel do artista é mergulhar na diversidade do real, lutar contra as injustiças, colocar o dedo na ferida, convidar com o prazer da liberdade a sonhar com outros mundos possíveis como em Menino com Pipa (homenagem à Cooperifa) cujo valor será doado para Cooperifa para compra de livros a ser distribuídos pela periferia, e na obra Só a Educação pode construir um novo Brasil.
Enfim é da união e confronto entre todas essas várias faces do papel do artista, o papel político, o papel crítico, o papel social, o papel estético, o papel ético, e o papel poético que a exposição pretende instigar uma reflexão acerca do papel do Artista na sociedade contemporânea.
Marco Piantan
O espaço vazio se torna cheio, a leveza da forma pesa no espaço, o material se altera, se transforma e se multiplica em ondas, cortes, recortes, papel. Papel do Artista, papel de um artista, Marco Piantan.
Piantan é múltiplo, assentado nessa mostra está sua produção de artes visuais, plásticas, espaciais e ambientais, que vão se desdobrando desde a leveza do papel, passando pelo vídeo e, explorando a nobreza do mármore.
Sua obra é política em essência. Busca determinada estética, de atingir e de afetar, num lugar que mantém a beleza, em uma construção atual apreendida numa linguagem contemporânea. Sua obra é lúdica, inebriante, como num sonho colorido, como óculos que nos servem a ver o mundo como um artista o vê, nesse caso, transcodificado pela imaginação das formas e das luzes.
A exploração de certa crítica contundente, quase agressivamente desviante, que se coaduna com o amor, com referentes de encontros de formas de corpos que se abraçam, se tocam e se tornam objetos fora do tempo, em seus leitos e coitos, erotizados e desejante
Marco Piantan tem amor pela vida, vem de uma história de poesia, de música, de teatro, de amizades da rua, de exploração dos ensinamentos dos Sertões e da favela. É artista, é educador, professor da educação básica. Um dia me falou assim: - Na escola pública estou reinventando a educação. E está mesmo.
Na luta, no crescer junto, no compartilhar, no reinventar o pátio como lugar da imaginação. A instância da educação, é outra faceta que impregna suas obras, porque são sempre diretas no se relacionar, curiosas no investigar, estimulando o pensamento, mas antes de mais nada, seduzindo o sentimento. Emocional e racional, tem cortes e recortes, pode-se notar linhagens, paulistanas, geométricas, mas sem descuido com um mundo natural, ecológico, argiloso.
A presente exposição na Casa Galeria, traz a público a produção dos últimos anos de trabalho de Piantan, na qual a escultura, o tridimensional, figura como uma pesquisa singular e extremamente bem executada.
As faturas finais de suas cerâmicas, bronze, pedra sabão e mármore têm resultado em trabalhos de extremo refinamento e força visual. Se estabelecem como objetos artísticos que transformam o espaço em seu entorno, alteram e cativam a percepção de quem quer que se aproxime de sua aura presencial. Cabe especial interesse a essa qualidade presente nas esculturas, porém, o conjunto todo da mostra precisa ser lido em sua completude e complexidade.
Há sempre poesia em cada expressão que Marco Piantan coloca no mundo, há sempre lugar para beleza, reflexão e amor. Sua busca, citando aqui a parte final de seu poema Flor Castigada, é que A VIDA SEJA TRATADA COMO A MAIOR RIQUEZA DE NOSSAS ALMAS.
Esse é O Papel do Artista.
SERVIÇO
O Papel do Artista
Curadora Carmen Aranha
Texto Crítico Evandro Nicolau
O Papel do Artista até 18/09 /2021
CasaGaleria e Oficina de Arte
Rua Fradique Coutinho, 1216 - Pinheiros


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